Para que Serve e Como Usar o NADH ? (Nicotinamida Adenina Dinucleotídeo)

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NÃO INDICO A INSERÇÃO DE IMPLANTES DESTE SUPLEMENTO APENAS ORAL OU ENDOVENOSO.


PARA QUE SERVE O NADH (Nicotinamida Adenina Dinucleotídeo)?

O NADH tem um papel estabelecido no metabolismo energético.

Evidências indicam que:

  • Alterações em sua concentração podem contribuir para o estresse oxidativo em doenças como diabetes e câncer.

  • Terapias antioxidantes, fotobiomodulação e suplementos como CoQ10 podem modular sua atividade.

  • Ainda há necessidade de estudos clínicos controlados sobre sua eficácia como suplemento direto.

“NADH é o mais próximo que chegamos de uma fonte da juventude”, diz David Sinclair, co-diretor do Centro Paul F. Glenn para a Biologia do Envelhecimento na Harvard Medical School.

O NADH é uma molécula encontrada em todas as células vivas e é fundamental para regular o envelhecimento celular e manter a função adequada de todo o corpo.

Os níveis de NADH diminuem significativamente ao longo do tempo.

Em um estudo publicado em março de 2017 na revista Science, Sinclair e seus colegas colocaram gotas de um composto conhecido por elevar os níveis de NAD+ na água para um grupo de camundongos.

O NADH (Nicotinamida Adenina Dinucleotídeo) é uma coenzima encontrada em todas as células.

Sua principal função é a produção de energia celular para o organismo.

Quanto mais NADH uma célula possui, mais energia ela poderá produzir.

Dentro de algumas horas, os níveis de NAD+ nos ratos aumentaram significativamente.

Em cerca de uma semana, os sinais de envelhecimento no tecido e nos músculos dos camundongos mais antigos se inverteram ao ponto de os pesquisadores não poderem mais distinguir a diferença entre os tecidos de um camundongo de 2 anos de idade e os de um de 4 meses de idade.

Agora os cientistas estão tentando alcançar resultados semelhantes em humanos.

Um ensaio clínico randomizado (considerado o padrão-ouro da pesquisa científica), realizado por um grupo diferente de pesquisadores e publicado em novembro de 2017 na revista Nature, descobriu que pessoas que tomavam um suplemento diário contendo precursores de NAD+ apresentaram um aumento substancial e sustentado em seus níveis de NAD+ por um período de dois meses.

O NADH, ou dinucleotídeo adenina com nicotinamida reduzido, é produzido no corpo a partir da niacina, uma vitamina B. Está contido em todas as células vivas.

O NADH é um suplemento comum para pessoas com fibromialgia (FMS) e síndrome da fadiga crônica (ME/CFS).

Seu uso, especialmente na FMS, é baseado mais em evidências anedóticas e correspondências hipotéticas entre as funções conhecidas do suplemento e as deficiências e sintomas conhecidos das doenças.

Aqui está o porquê:

  • Como uma coenzima, o NADH ajuda as enzimas do corpo a quebrar os alimentos e convertê-los em energia na forma de trifosfato de adenosina (ATP). Estudos mostram que algumas pessoas com essas condições podem ter baixos níveis de ATP.

  • A pesquisa também mostra que o NADH pode estimular a função cerebral, o que pode ajudar a aliviar a disfunção cognitiva associada à FMS e ME/CFS.

  • O NADH pode reduzir a fadiga de doenças crônicas restaurando a função das mitocôndrias (estruturas minúsculas que alimentam suas células). A fadiga é o principal sintoma tanto da FMS quanto da ME/CFS e acredita-se que ambas as condições envolvam disfunção mitocondrial.

  • Acredita-se que o NADH seja um antioxidante, podendo ajudar no estresse oxidativo e nitrosativo associado a essas condições.

  • O NADH pode ajudar seu cérebro a criar neurotransmissores (mensageiros químicos) que se acredita serem deficientes nessas condições (serotonina, norepinefrina, dopamina e GABA).

Não temos pesquisas robustas sobre NADH para FMS. Pesquisas limitadas mostram que o NADH pode ser um tratamento eficaz para ME/CFS e também para depressão, doença de Parkinson e doença de Alzheimer.

No entanto, mais estudos são necessários antes de podermos afirmar quão eficaz é esse tratamento para quaisquer doenças.


NAD⁺ e COVID-19: o que mostram os estudos de 11/2025 de Harvard publicados no The Lancet

Pesquisadores ligados à Harvard Medical School e ao Mass General Brigham vêm estudando um tema que tem ganhado cada vez mais atenção após a pandemia: a relação entre NAD⁺ (nicotinamida adenina dinucleotídeo) e a COVID-19, especialmente nos casos de covid longa.

Com o envelhecimento e em situações de estresse intenso — como infecções virais — os níveis de NAD⁺ tendem a cair.

O que os estudos observaram na COVID-19

Os trabalhos recentes mostraram que a infecção pelo SARS-CoV-2 pode levar a uma redução significativa dos níveis de NAD⁺, principalmente em pessoas com quadros mais prolongados ou sintomas persistentes. Essa queda está associada a:

  • fadiga intensa,

  • sensação de “névoa mental”,

  • redução da capacidade física,

  • pior recuperação metabólica após a fase aguda da doença.

Esses achados ajudam a explicar por que muitos pacientes continuam se sentindo mal semanas ou meses depois da infecção.

Ensaios clínicos com precursores de NAD⁺:

Um ensaio clínico randomizado recente avaliou o uso de nicotinamida ribosídeo, um precursor do NAD⁺, em pacientes com covid longa. Os principais achados foram:

  • aumento dos níveis celulares de NAD⁺,

  • melhora discreta, porém consistente, de sintomas como fadiga e cognição,

  • boa tolerabilidade, sem efeitos adversos relevantes.

Embora os resultados sejam promissores, os próprios autores destacam que a suplementação não substitui o tratamento médico, nem pode ser considerada uma cura, mas sim uma possível estratégia adjuvante em estudo.

O que isso significa na prática clínica?

Os dados reforçam a ideia de que a COVID-19 não é apenas uma doença respiratória, mas também uma condição que afeta profundamente o metabolismo celular. O NAD⁺ surge como um possível elo entre inflamação, disfunção energética e sintomas persistentes.

Ainda são necessários mais estudos para definir:

  • quais pacientes realmente se beneficiam,

  • doses ideais,

  • tempo de uso,

  • impacto em longo prazo.

Conclusão:

As pesquisas de Harvard apontam que a depleção de NAD⁺ pode ter papel relevante na covid longa e que estratégias para restaurar esse metabolismo celular estão sendo investigadas com base científica crescente.

Trata-se de um campo promissor, mas que deve ser abordado com cautela, sempre com acompanhamento médico e individualização do cuidado.

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NADH para Síndrome da Fadiga Crônica

Alguns estudos analisaram a suplementação com NADH associado à coenzima Q10 em pessoas com ME/CFS.

Um estudo publicado em 2015 sugeriu uma redução significativa da fadiga em comparação com o placebo.

Outro estudo, publicado em 2016, mostrou redução da frequência cardíaca máxima durante o exercício. Isso pode significar que ajudaria no mal-estar pós-esforço, que é um sintoma definidor da doença.

Uma revisão de 2011 da literatura disponível classificou o NADH e o magnésio como os únicos suplementos que mostraram melhora na ME/CFS em estudos.

Pesquisas anteriores também sugeriram melhora na ansiedade e na frequência cardíaca máxima após um teste de esforço.

 


QUAL DOSE DE NADH USAR?

Os suplementos de NADH estão amplamente disponíveis e não exigem receita médica.

Uma dosagem segura e eficaz para Síndrome da Fadiga Crônica (ME/CFS) ainda não foi estabelecida.

Geralmente, a dosagem recomendada é de 5 mg a 10 mg por dia, devendo ser tomada 30 minutos antes de uma refeição, com o estômago vazio.

Nos estudos sobre doença de Parkinson, a dose mais eficaz foi identificada como 25 mg a 50 mg por dia.


NADH E DIETA:

É possível obter mais NADH por meio da alimentação. Ainda não sabemos, porém, se o corpo utiliza o NADH da dieta com a mesma eficiência que o suplemento.

Fontes alimentares de NADH incluem:

  • Peixe

  • Aves

  • Carne bovina

  • Produtos fermentados


EFEITOS COLATERAIS DO NADH:

Os efeitos colaterais do NADH são raros, especialmente em doses baixas.

Doses mais altas podem causar:

  • Hiperestimulação

  • Insônia

  • Ansiedade

Embora a suplementação de NADH pareça bastante segura, é importante observar qualquer efeito adverso.

Se você acha que pode se beneficiar do NADH, converse com seu médico.


NADH E ENVELHECIMENTO:

  • Os níveis de NAD diminuem com a idade devido a um desequilíbrio entre sua síntese e destruição.

  • A diminuição do metabolismo do NAD está associada a vários processos de envelhecimento fisiológico.

  • Precursores de NAD protegem contra diversas doenças associadas ao envelhecimento.

  • O aumento do metabolismo do NAD pode prolongar a vida útil de diversos organismos.


NADH E DOPAMINA:

Diversos estudos mostraram que o NADH é capaz de estimular a produção de dopamina e norepinefrina em regiões específicas do cérebro. Isso gera efeitos positivos em funções dependentes de dopamina, como:

  • Força muscular

  • Movimento e coordenação

  • Funções cognitivas

  • Humor e atenção

  • Vida sexual

  • Produção hormonal

Sua capacidade antioxidante também ajuda a combater radicais livres resultantes da oxidação celular.

Quanto mais NADH estiver disponível para a célula, maior será sua capacidade de reparo.

Por esse motivo, apresenta efeito promissor em:

  • Doença de Parkinson: relacionada à queda da produção de dopamina, o que compromete progressivamente a função cerebral. O NADH aumenta a produção desse neurotransmissor, melhorando os sintomas.

  • Quadros depressivos com suspeita de déficit de dopamina.


NADH E RETINA:

As doenças degenerativas da retina são uma das principais causas de morbidade na sociedade moderna, pois a perda visual reduz significativamente a qualidade de vida.

Uma nova área de pesquisa vem estudando o papel do NAD+ e das sirtuínas na regulação do metabolismo da retina e na evolução dessas doenças. Muitos estudos sugerem que o NAD+ ou moléculas que modulam as sirtuínas podem:

  • Melhorar o metabolismo da retina

  • Reduzir a morte de fotorreceptores

  • Melhorar a visão

Embora mais estudos sejam necessários para levar esses achados à prática clínica, essa linha de pesquisa tem grande potencial para transformar o tratamento das doenças degenerativas da retina.


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Lista de agentes PODEMOS usar ou sugerir para o tratamento da disfunção mitocondrial e fadiga crônica.

 

Categoria Exemplos
Vitaminas Vitaminas C, D e E, tiamina, riboflavina
Minerais Magnésio, cálcio, fosfato
Lípidos Fosfolipídios de membrana, ácidos graxos insaturados
Metabólitos Creatina, piruvato
Cofatores CoQ 10 , ácido α-lipóico, NADH, ácido nicotínico
Transportadores l -Carnitina, fosfolipídios de membrana
Antioxidantes CoQ 10 , ácido α-lipóico, NADH, glutationa
Inibidores de enzimas Ácido α-lipóico, dicloroacetato
Ervas Curcumina, Schisandra chinensis ( adaptógeno)

Abreviações: NADH = nicotinamida adenina dinucleotídeo reduzida; CoQ 10 = coenzima Q 10 (ubiquinona); ácido α-lipóico = ácido alfa-lipóico.

Imagem consta no artigo abaixo:

https://pmc.ncbi.nlm.nih.gov/articles/PMC4566449/

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IMPORTANTE:

Apesar de todos esses achados preliminares, é fundamental reforçar que o uso de NADH ainda é uma promessa, e não uma terapia plenamente estabelecida.

Os resultados observados em estudos pequenos, principalmente com animais ou amostras reduzidas de pacientes, não substituem ensaios clínicos grandes, controlados e de longo prazo, que são o padrão para validar qualquer intervenção em Medicina.

Portanto, embora o NADH mostre potencial em áreas como energia celular, envelhecimento, cognição e doenças crônicas, ainda precisamos de pesquisas mais robustas para definir sua eficácia real, suas indicações, suas doses ideais e sua segurança no uso prolongado.

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Qual a relação entre NMN, NAD e NADH ?

A principal relação entre o NMN (Mononucleotídeo de Nicotinamida) e o NADH (Nicotinamida Adenina Dinucleotídeo + Hidrogênio) é que o NMN se converte em  NAD que por sua vez se converte em NADH.
 
Ambas as moléculas são cruciais para a produção de energia celular e o metabolismo.
 

REFERÊNCIAS:

Dr. Roberto Franco do Amaral – Especialista em Medicina Laboratorial CRM 111310

100 respostas

  1. Como fazer para comprar esse medicamento via oral pois moro em Sergipe e fica inviável uma consulta.

  2. Boa dia Dr, tenho 46 anos e não tenho nenhuma comorbidades, posso ingerir NADH de 10 mg! Obrigado

  3. Senhora sem comorbilidades, com 99 anos, pode tomar NADH com segurança?
    Muitíssimo agradecido

  4. Dr. Roberto, já tive câncer no ovário com recidiva linfonodal e há 4 anos estou livre de tratamento, com vida normal. Já tomei o NADH prescrito por nutrólogo. Porém fico insegura porque os oncologistas são contra a suplementação, qualquer que seja. Defendem que a gente consegue tudo pela alimentação. Só que notei uma diferença enorme na minha disposição para as tarefas do dia a dia, adorei. Minha dúvida é sobre a relação desse suplemento com os hormônios e se pode me causar um efeito colateral de uma nova recidiva da doença.
    Grata.

  5. Gostaria de saber se o NADH é administrado em forma de suplementos, tomando via oral, tenho interesse pois tenho endometriose e tenho fadiga crônica por isso, obrigada!

  6. Olá! Uma vez que o NADH Nao atravessa a membrana livremente e não tem transportador na membrana plasmática, como uma suplementação de NADH pode ter todos os efeitos intracelulares descritos no texto?

    1. Quando usamos NADH por via oral, só uma pequena parte é absorvida intacta. A maior fração passa por processos de degradação no intestino. Isto modifica o NADH e aumenta disponibilidade de NAD⁺ dentro das células.

      O ponto central é que o que realmente aumenta no meio intracelular é o NAD⁺, não o NADH.

      Já existem estudos mostrando que os efeitos clínicos da suplementação dependem justamente desse aumento da razão NAD⁺/NADH, que regula desde a atividade das sirtuínas até a produção de energia e a resposta ao estresse oxidativo.

  7. Tomo pregabalina 75mg posso usar o NAHD?estou entrando na menopausa ,ando sem disposição muita fadiga e esquecimento .

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Dr. Roberto Franco do Amaral – Especialista em Medicina Laboratorial CRM 111310

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