O que você precisa saber sobre Telômeros e Envelhecimento

A preservação dos telômeros reduz o ritmo do envelhecimento.

O que mantém a estabilidade dos seus genes geração após geração?

Por muitos anos anos, a ciência buscou a resposta para essa pergunta; e ela foi encontrada na extremidade dos cromossomos, em um trecho de DNA que pode ser comparado à fita plástica das pontas dos cadarços de um calçado.

Esse trecho, denominado telômero, tornou-se desde sua descoberta o centro das atenções das pesquisas biológicas em genética do envelhecimento.

A correlação entre envelhecimento e o encurtamento dos telômeros está cada vez mais clara.

Sabe-se atualmente que os telômeros agem como “contadores intrínsecos” da divisão celular, protegendo o organismo contra divisões fora de controle, como acontece no câncer, por exemplo.

Ao longo da vida os telômeros vão se encurtando devido às muitas divisões sofridas pela célula.

Nas células somáticas (não germinativas), ocorre a perda dos telômeros com o passar do tempo, através da replicação celular.

Células germinativas, presentes nos testículos e ovários, não apresentam encurtamento dos telômeros pois possuem uma enzima chamada telomerase, ausente em células somáticas, que tem a capacidade de produzir telômeros a partir de um molde de RNA, sendo portanto uma enzima do tipo transcriptase reversa. Células tronco também possuem a enzima telomerase.

encurtamento telomeros

Os telômeros são, portanto, fundamentais no controle da divisão celular e vão sendo encurtados ao longo da vida até perderem sua funcionalidade.

O resultado desse processo é o envelhecimento, pois células com telômeros curtos acabam morrendo ou ficam mais vulneráveis a instabilidades genéticas. Isso pode ser comprovado quando se analisa o tecido de um idoso, em que a perda de células é uma das principais características.

A teoria de que os telômeros são “relógios moleculares das células, embora recente, já apresenta confirmação científica embasada em diversos estudos.


Telômeros e Telomerase

Diversas enzimas garantem o funcionamento correto dos telômeros, dentre elas a TRF1, a TRF2, a POT1, e a TIN2, mas uma em particular apresenta destaque quando o assunto é envelhecimento, a telomerase.

Essa enzima pertencente à classe das DNA polimerases e possui função de repor telômeros na extremidade dos cromossomos, estabilizando os comprimento dos telômeros. Muitas células apresentam o gene produtor dessa enzima na forma inativa e portanto apresentam uma vida reprodutiva curta.

Células que apresentam uma maior concentração de telomerase apresentam uma vida útil maior e um envelhecimento mais lento.

A telomerase é uma enzima que tem como função adicionar sequências específicas e repetitivas de DNA à extremidade 3′ dos cromossomos, onde se encontra o telômero. Esta enzima é uma transcriptase reversa, tendo na sua estrutura um modelo em RNA que utiliza para sintetizar o DNA telomérico, em organismos eucariotos.

A reparação dos telômeros pelo complexo telomerase resolve o “problema do fim da replicação” –  caso contrário, ocorreria uma inevitável perda de material genético a cada divisão celular.

A telomerase é ativa durante a embriogênese e proliferação dos tecidos no adulto – por exemplo, em células-tronco hematopoiéticas e células imunes.

Nas células individuais, o encurtamento crítico dos telômeros leva à senescência ou apoptose e em células que continuam a se dividir, instabilidade do cromossomo.

As doenças dos telômeros, causadas por defeitos genéticos na manutenção e reparação dos telômeros, incluem além da disceratose congênita (doença hereditária rara, caracterizada pela tríade de pigmentação reticulada da pele, distrofia ungueal e leucoceratose), anemia aplástica, fibrose pulmonar, cirrose hepática e aumentam a susceptibilidade ao câncer, isoladamente ou em combinação, todos os quais resultam de mutações na reparação dos telômeros. Kathleen Collins da Universidade de Berkeley descobriu que doentes afetados por esta rara enfermidade congênita, a disceratose congênita, tinham níveis de telomerase anormalmente baixos

Quanto mais curtos forem os cromossomos maior o risco de envelhecimento acelerado e de doenças crônicas como o câncer e as doenças cardiovasculares. Os telômeros se encurtam cada vez que os cromossomos se dividem, até ao ponto em que não seja possível haver mais divisão celular (limite de Hayflick) ou seja, não há lugar para mais rejuvenescimento. Não podemos modificar a idade mas podemos e devemos agir sobre os fatores que contribuem para preservar o comprimento dos telômeros.


Testosterona, estradiol, dihidrotestosterona e tolemerase

Em cultura de tecidos e modelos de animais, os hormônios sexuais regulam a expressão do gene da telomerase.

Os hormônios masculinos têm sido utilizados para tratar insuficiência medular óssea desde meados do século 20.

Muitas evidências sugerem que os hormônios sexuais regulam diretamente a telomerase.

Recentemente, o tratamento com hormônios masculinos demonstrou causar uma melhora hematológica e alongamento dos telômeros em um modelo murino de disfunção dos telômeros.

Estudos recentes sugerem ser possível reverter o processo de senescência celular incrementando, de forma artificial, a quantidade de telomerase nas células. Seria possível, inclusive, reverter algumas atrofias de tecidos, devidas ao envelhecimento, induzindo a síntese de telomerase.

Em um grande estudo epidemiológico, publicado em 2016 por Yeap e colaboradores da University of Western Australia, metabólitos de testosterona e polimorfismos genéticos foram relacionados ao comprimento dos telômeros de leucócitos em quase 1.000 homens saudáveis.

O objetivo do estudo foi determinar se a testosterona (T) circulante ou seus metabólitos, dihidrotestosterona (DHT) ou estradiol (E2) e polimorfismos de um único nucleotídeo, na 5α-redutase ou na aromatase estavam associados com o comprimento dos telômeros de leucócitos (LTL) em homens.

Os pesquisadores concluíram que nos homens, a DHT sérica e E2 correlacionam com LTL independentemente da idade.

O estradiol influencia o comprimento dos telômeros in vivo, garantindo assim, estudos posteriores para examinar se as intervenções hormonais podem retardar o envelhecimento biológico nos homens.

Em outro estudo (prospectivo de fase 1-2), publicado em 2016 no The New England Journal of Medicine, por Townsley e colaboradores do National Heart, Lung, and Blood Institute, the Center for Human Immunology, Autoimmunity, and Inflammation, envolvendo pacientes com doenças dos telômeros, foi administrado Danazol (um hormônio sexual sintético) por via oral na dose de 800 mg por dia, num total de 24 meses.

O objetivo do tratamento foi a atenuação de aceleração desgaste dos telômeros e o principal resultado na verificação de eficácia, foi a redução de 20% na taxa anual de desgaste dos telômeros medida em 24 meses.


Hormônio masculino reverte o envelhecimento celular em ensaios clínicos

A telomerase, uma enzima naturalmente encontrada no organismo humano, de todas as substâncias conhecidas, é a mais próxima de um “elixir celular da juventude”. Em um estudo recente, pesquisadores brasileiros e americanos mostraram que os hormônios sexuais podem estimular a produção dessa enzima.

A estratégia foi testada em pacientes com doenças genéticas associadas a mutações no gene que codifica esta enzima, como anemia aplástica e fibrose pulmonar. Os autores dizem que os resultados sugerem que a abordagem pode combater os danos causados ​​ao organismo pela deficiência de telomerase.

O estudo foi realizado por pesquisadores brasileiros em colaboração com colegas do National Institutes of Health (NIH) nos Estados Unidos.

Entre os cientistas envolvidos estava Rodrigo Calado, professor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP) da Universidade de São Paulo e membro do Centro de Terapia Celular (CTC), um dos Centros de Pesquisa, Inovação e Disseminação RIDCs) apoiados pela FAPESP.

“Um dos processos associados ao envelhecimento é o encurtamento progressivo de telômeros, estruturas protetoras do DNA nas extremidades dos cromossomos, como as pontas de plástico nos cadarços”, disse Calado. “Cada vez que uma célula se divide, seus telômeros ficam mais curtos, mas a telomerase pode manter o comprimento dos telômeros intactos, mesmo após a divisão celular”.

O tratamento com o esteroide danazol, um hormônio masculino sintético, foi testado por dois anos em 27 pacientes com anemia aplástica devido a mutações do gene da telomerase.

“Em um adulto saudável, o comprimento do telômeros varia de 7000 a 9000 pares de bases em média. O telômero de uma pessoa normal  perde 50 a 60 pares de bases por ano, mas um paciente com deficiência de telomerase  pode perder entre 100 e 300 pares de bases por ano”, Calado disse. “Nos pacientes que receberam danazol, o comprimento dos telômeros aumentou em 386 pares de bases em média ao longo de dois anos”.

Na prática, acrescentou, o comprimento dos telômeros é uma medida laboratorial da “idade” de uma célula. Algumas células evitam o envelhecimento usando a telomerase para alongar seus telômeros através da adição de sequências de DNA, mantendo sua capacidade de se multiplicar e “permanecer jovem”.

Embora os resultados do estudo sugiram que as drogas podem ser usadas para reverter um dos fatores biológicos do envelhecimento, ainda não está claro se os benefícios do tratamento superariam os riscos em pessoas saudáveis, especialmente se o tratamento envolver o uso de hormônios sexuais .


 Algumas dicas para preservar seus telômeros:

  • Faça atividade física regularmente

Um estudo com 2401 participantes demonstrou quanto mais atividades físicas as pessoas praticam, mais se alongam os seus telômeros. Este estudo comprovou a importância da atividade física regular para prevenir o envelhecimento.

  • Mantenha IMC adequado

As pessoas obesas têm telômeros mais curtos que as magras. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, obesidade está relacionada com IMC (Índice de Massa Corporal) maior que 30. Mas os indivíduos obesos que perdem peso vêm os seus telômeros alongarem-se; quanto mais massa gorda se perde maior é o alongamento dos telômeros.

  • Diminua o estresse oxidativo

O estresse oxidativo está relacionado com as agressões por radicais livres de oxigênio às membranas celulares e às organelas das células. Estes radicais são exacerbados pelo álcool, abuso de medicamentos, fumo, poluição, sol, exposição aos pesticidas e a metais pesados. O estresse oxidativo levam a um processo inflamatório. Os indivíduos que apresentam maior estresse oxidativo e inflamação são os que têm os telômeros mais encurtados.

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Astragalus membranaceus:

O Astragalus, também conhecido como ervilhaca de leite, radix astrágalos, chifre de cabra, dragão verde, astrágalo, é uma erva que auxilia o metabolismo humano contra as agressões, física, mental ou emocional.

A medicina chinesa recomenda esta erva há mais de 2.000 anos, para auxiliar o organismo humano a resistir a doenças, desde o câncer até doenças cardiovasculares, renais e hepática. Em estudo realizado em 2009 por Wang e colaboradores de Universidades de Beijing na China, avaliou os efeitos de dois compostos, extraídos de Astragalus membranaceus, sobre a taxa de encurtamento dos telômeros e capacidade de reparo de DNA em fibroblastos humanos.

Eles verificaram que as taxas de encurtamento dos telômeros nas células cultivadas com HDTIC-1 ou HDTIC-2 foram muito menores do que a das células de controle.

Também descobriram que os fibroblastos pré-tratados com HDTIC-1 ou HDTIC-2 tiveram uma redução significativa nos danos ao DNA após a exposição a 200 micromoles de água oxigenada (H2O2), durante 5 min.

Além disso, os danos induzidos por 100 micromoles de H2O2 no DNA foram significativamente reparados após as células danificadas serem cultivadas continuamente com HDTIC durante 1 h.

Estes resultados sugerem que os compostos HDTIC abrandam a taxa de encurtamento dos telômeros de fibroblastos de pulmão humano, o que é principalmente devido às propriedades biológicas dos compostos, incluindo a redução de danos no DNA e à melhoria na sua capacidade de reparação. Além disso, a desaceleração da taxa de encurtamento dos telômeros, a redução de danos no DNA, bem como a melhoria da capacidade de reparo do DNA induzida por HDTIC podem ser responsáveis por seu atraso no envelhecimento replicativo.

Um estudo realizado por Jesus e colaboradores do Telomeres and Telomerase Group, Molecular Oncology Program, Spanish National Cancer Centre, Spain e publicado na Aging Cell em 2011, demonstrou que uma pequena molécula ativadora da telomerase (TA-65), purificada a partir da raiz do Astragalus membranaceus é capaz de aumentar o comprimento médio dos telômeros e diminuir a porcentagem de telômeros criticamente curtos e de danos ao DNA. Reencontre o equilíbrio!

“O comprimento dos telômeros tem sido associado, em diversos estudos, ao estresse crônico e à depressão. Certas formas de meditação podem evitar os efeitos do estresse e controlar os níveis de cortisol e insulina.”


Vitamina D

O Dr. Richards e colaboradores do Hospital St Thomas, King’s College, London School of Medicine em Londres, Reino Unido, procuraram determinar se as concentrações de vitamina D iriam diminuir a taxa de encurtamento dos telômeros de leucócitos. Neste estudo, os autores afirmam que a vitamina D é um potente inibidor da resposta pro-inflamatória dos leucócitos.

O comprimento dos telômeros dos leucócitos (LTL) prevê o desenvolvimento de doenças relacionadas com o envelhecimento, sendo que o comprimento destes telômeros diminui com cada divisão celular e processos inflamatórios.

Os autores concluíram que níveis mais elevados de vitamina D, estavam associados com maior comprimento dos telômeros dos leucócitos.

Segundo o estudo realizado em 2007 com 2160 mulheres entre os 18 e os 79 anos, foi constatado que as que tinham os maiores níveis de vitamina D eram as que tinham os telômeros mais longos, equivalendo a menos 5 anos de envelhecimento celular.

Isso realça os efeitos potencialmente benéficos de vitamina D em doenças do envelhecimento e relacionadas com a idade. Para isto é necessária a exposição ao sol para que o seu organismo produza a vitamina D em níveis adequados.


Folatos (vitamina B9)

Os folatos (vitamina B9) fornecem substâncias que servem de percursoras das bases nitrogenadas que entram na composição do RNA, DNA e consequentemente, dos telômeros. Um recente estudo demonstrou que as pessoas com taxas elevadas de folatos têm telômeros mais longos.

As fontes mais ricas de folatos são legumes e hortaliças de cor verde, como o espinafre ou alface, e os frutos secos, nozes, caju, amêndoa, amendoim e outros. Os folatos destroem-se facilmente pela ação da luz e calor, sendo importante ingerir legumes e frutas sem cozimento.

 

telômeros
ácido fólico / folato e vitamina B12


Exercícios melhoram a estabilidade genômica em pacientes diabéticos, preserva o comprimento do telômero e reduz danos ao DNA.”

A atividade física tem demonstrado ser efetiva na prevenção e tratamento de diferentes condições crônicas, incluindo diabetes tipo 2 (DT2).

Em particular, vários estudos destacaram como os efeitos benéficos da atividade física podem estar relacionados à estabilidade da molécula de DNA, como por exemplo o comprimento dos terminais dos telômeros.

Em um estudo recente realizado por pesquisadores italianos da universidade de Roma e publicado na Scientific Reports em junho de 2017, foram analisados os efeitos do treinamento físico sobre o comprimento do telômero, dano espontâneo e induzido por H2O2 ao DNA, bem como o nível de apoptose em leucócitos de pacientes não treinados, ou treinados portadores de DT2, versus indivíduos controle na mesma faixa etária de 57-66 anos.

Além disso, análises da expressão de genes pertencentes aos sistemas de reparo do DNA, controle do ciclo celular, sistemas antioxidantes e de defesa foram realizadas.

Os indivíduos que participaram de um programa de exercícios regulares mostraram uma sequência de telômeros mais longa do que os indivíduos não treinados

. Além disso, o tratamento ex vivo de leucócitos com H2O2 destacou que: (1) o dano oxidativo do DNA induziu desgaste telomérico semelhante em todos os grupos; (2) em indivíduos com DT2, a atividade física pareceu prevenir um aumento significativo do dano oxidativo ao DNA genômico induzido por exposição crônica a estímulos pró-oxidantes e (3) diminuiu a sensibilidade dos leucócitos para a apoptose.

Finalmente, a análise da expressão gênica em indivíduos com DT2 sugeriu uma resposta adaptativa ao treinamento prolongado de exercícios que melhorou a resposta de genes específicos.


A L-carnitina induz eficazmente a expressão genética de hTERT em células estaminais mesenquimais derivadas de tecido adiposo humano obtidas a partir de indivíduos idosos.

As células estaminais mesenquimais (ou células-tronco) humanas (hMSCs) são candidatas atraentes para terapia celular e novos medicamentos regenerativos devido à sua multipotência e pronta disponibilidade, mas sua aplicação pode ser complicada pelos fatores como a idade dos doadores e redução do crescimento associado à senescência durante as condições de cultura

O último provavelmente reflete o fato de que o envelhecimento de hMSCs está associado a um aumento nas espécies de oxigênio reativo intracelular, perda de atividade da telomerase, diminuição da expressão da transcriptase reversa da telomerase humana (hTERT) e, finalmente, terminação dos telômeros reduzidas.

A expressão excessiva da telomerase em hMSCs leva ao alongamento dos telômeros e pode ajudar a manter o tempo de vida replicativo dessas células.

O objetivo de um estudo, realizado por pesquisadores iranianos, e publicado em 2016 no International Journal of Stem Cells, foi avaliar o efeito da L-carnitina (LC) como antioxidante na expressão do gene da telomerase e comprimento do telômero em hMSCs derivadas de tecido adiposo envelhecido. Para isto, as células foram isoladas de voluntários idosos saudáveis ​​e suas viabilidades foram avaliadas por meio do ensaio MTT.

Resultados indicaram que a L CARNITINA poderia aumentar significativamente a expressão do gene hTERT e o comprimento dos telômeros, especialmente na dose de 0,2 mM de L Carnitina e em tratamento de 48 h para as amostras de hMSCs derivadas de tecido adiposo envelhecido.


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Depressão e Telômero

“A conexão entre a depressão e os telômeros tem uma sólida base de evidências científicas. Um estudo impressionante, de larga escala, envolvendo quase 20 mil mulheres chinesas, descobriu que aquelas deprimidas tinham telômeros mais curtos. Quanto mais grave e duradoura é a depressão, mais curtos ficam os telômeros.

Alguns estudos sugerem que o encurtamento dos telômeros pode estar diretamente associado ao quadro depressivo.

Pessoas com essa condição apresentam telômeros mais curtos nas células do hipocampo, área do cérebro que tem um papel importante nessa desordem. Elas não apresentam essa mesma alteração em outras regiões cerebrais, mas apenas nessa porção crucial ao estado de humor. E

m experiências, ratos colocados em situação de estresse passam a ter menos telomerase [enzima que resguarda os telômeros] no hipocampo, assim como apresentam menos neurogênese, o crescimento de novas células nervosas. Isso explica porque estão mais predispostos a desenvolver depressão.

No entanto, quando se aumentam os níveis de telomerase, esses ratos tendem a apresentar mais neurogênese e não se tornam deprimidos. O envelhecimento celular no cérebro pode ser um dos mecanismos por trás da depressão.


Exercício aeróbico e comprimento dos telômeros:

Membros de famílias que cuidam de parentes com doenças crônicas são tipicamente sedentários, com estresse crônico e com alto risco de doenças.

Relatos observacionais sugerem que os cuidadores aceleraram o envelhecimento celular, conforme indicado por comprimentos mais curtos de telômeros de leucócitos.

Foi realizado um estudo controlado randomizado para examinar o efeito do exercício aeróbio sobre as mudanças nos níveis de telomerase (desfecho primário) e comprimentos de telômeros (desfecho secundário) em cuidadores inativos.

Segundo o estudo  Aerobic exercise lengthens telomeres and reduces stress in family caregivers: A randomized controlled trial – Curt Richter Award Paper 2018

  • Os cuidadores que se tornaram fisicamente ativos aumentaram significativamente o comprimento médio dos telômeros em comparação com aqueles que  continuaram inativos
  • Cuidadores que se tornaram fisicamente ativos também melhoraram sua aptidão cardiorrespiratória, IMC e percepção de estresse crônico.
  • No entanto, os cuidadores de ambos os grupos não mudaram em seus níveis de atividade telomerase.

 


Ter filhos com mais idade, aumenta os telômeros e prolonga a vida segundo estudo

Um novo estudo, no entanto, sugere que o comprimento dos telômeros de leucócitos pode oferecer alguns insights importantes sobre a longevidade de uma mulher e ainda demonstra como a idade materna no nascimento do último filho afeta o comprimento dos telômeros e a saúde a longo prazo.

Os resultados do estudo são publicados online hoje na Menopause , o jornal da The North American Menopause Society (NAMS).

Esta não é a primeira vez que o comprimento dos telômeros leucocitários de uma mulher é relacionado à sua expectativa de vida. 

Um estudo menor sugeriu anteriormente que a idade materna no nascimento do último filho de uma mulher afetava o comprimento dos telômeros. 

Este novo estudo em maior escala incluiu mais de 1.200 mulheres na perimenopausa e na pós-menopausa de várias etnias e origens da Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição. 

Além disso, ao contrário de estudos anteriores, este estudo levou em consideração fatores sociodemográficos relacionados ao padrão de procriação e às decisões de saúde.

O estudo confirmou que a idade materna no último parto está positivamente associada ao comprimento dos telômeros, o que significa que as mulheres que deram à luz seu último filho mais tarde na vida provavelmente teriam telômeros mais longos, um biomarcador de saúde e longevidade em longo prazo. 


REFERÊNCIAS

Biologia do envelhecimento: teorias, mecanismos e perspectivas

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232010000600022 &lang=pt

Telomerase activity modulation in the prevention of prostate cancer

http://www.goldjournal.net/article/S0090-4295(00)00962-6/abstract

The two isomers of HDTIC compounds from Astragali Radix slow down telomere shortening rate via attenuating oxidative stress and increasing DNA repair ability in human fetal lung diploid fibroblast cells.

http://online.liebertpub.com/doi/abs/10.1089/dna.2009.0932

The telomerase activator TA-65 elongates short telomeres and increases health span of adult/old mice without increasing cancer incidence

http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1474-9726.2011.00700.x/full

[Clinical study on effect of Astragalus in efficacy enhancing and toxicity reducing of chemotherapy in patients of malignant tumor].

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Duan+P%2C+Wang+ZM.+Zhongguo+Zhong+Yi+Xi+Jie+Ele+Za+Zhi+0%2C2002%3B.+22+(7)+%3A515-517.

The Role of Telomerase Protein TERT in Alzheimer’s Disease and in Tau-Related Pathology In Vitro.

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25632141

Multiple Mechanisms Contribute To Telomere Maintenance.

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25285314

Human telomeres and telomere biology disorders.

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/24993697

Higher serum vitamin D concentrations are associated with longer leukocyte telomere length in women.

http://ajcn.nutrition.org/content/86/5/1420.long

[Natural compounds–modulators of senescence and cell death].

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/25134356

Telomerase in bladder cancer: back to a better future?

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Telomerase+in+bladder+cancer%3A+back+to+a+better+future%3F

Cálculos em Nefrologia: Índice de Massa Corporal (IMC)

http://www.sbn.org.br/equacoes/eq5.htm

Função dos telômeros.

http://www.news-medical.net/health/Telomere-Function-(Portuguese).aspx

A Idade da Dolly

http://www.bioetica.ufrgs.br/dolly.htm

Telomerase: Funções, Bases Genéticas e Moleculares e suas implicações nas neoplasias

http://genetica.ufcspa.edu.br/Telomerase.pdf

The telomerase activator TA-65 elongates short telomeres and increases health span of adult ⁄old mice without increasing cancer incidence.

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3627294/

Danazol Treatment for Telomere Diseases

http://www.nejm.org/doi/pdf/10.1056/NEJMoa1515319

Epidemiological and Mendelian Randomization Studies of Dihydrotestosterone and Estradiol and Leukocyte Telomere Length in Men

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Epidemiological+and+mendelian+randomization+studies+of+ dihydrotestosterone+and+estradiol+and+leucocyte+telomere+length+in+men

Male hormone reverses cell aging in clinical trial

https://www.sciencedaily.com/releases/2016/07/160725224035.htm

Regular exercise participation improves genomic stability in diabetic patients: an exploratory study to analyse telomere length and DNA damage

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5482873/

L-carnitine Effectively Induces hTERT Gene Expression of Human Adipose Tissue-derived Mesenchymal Stem Cells Obtained from the Aged Subjects.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/27426092

Chase D. Latour, Kelli O’Connell, Megan E. Romano, Elizabeth D. Kantor, Mengmeng Du. Maternal age at last birth and leukocyte telomere length in a nationally representative population of perimenopausal and postmenopausal women. Menopause, 2020; Publish Ahead of Print DOI:

Dr. Roberto Franco do Amaral – Especialista em Medicina Laboratorial CRM 111310

68 respostas

  1. Gostei muito, está muito bem elaborado e compreensível, estou me envolvendo com a área estética e gostaria de receber mais informações no meu e’mail.

  2. Artigo sensacional. Me ajudou muito por enquanto!!! Vida saudável é o que temos que buscar. Forte abraço e que Deus te abençoe!!!

  3. Sou professor de Ed. Física, e estava fazendo busca a respeito, pois uma amiga biológa me falou sobre os telômeros, na questão de pessoas portadoras de HIV, que precisam cuidar muito deles. Seus esclarecimentos acima me ajudaram e muito. Abraço!!!!

  4. Parabéns e mais parabéns. Muito bem resumido/sintetizado. Sou iniciante nesta medicina (há 8 meses) quando ninguém conseguia tratar o meu pai e eu recém formado (hoje tenho 2 anos e 5 meses de graduação) resolvi ir a luta e estudar por conta, foi quando conheci a Medicina Anti-age , ortomolecular e a nutrologia. Hoje ele continua vivo e com saúde graças ao bom Deus e a minha teimosia/curiosidade e insistência (quase morreu mesmo, médicos não acreditavam na melhora dele) e voltando a praticar atividade física que sempre gostou. Grande abraço

  5. Boa tarde!
    Conheci um neutracéutico americano, detentor do prêmio nóbel de medicina do ano de 2013, sua nomeclatura é FINIT. Tem como finalidade, o alongamento dos telômeros.
    Discutindo o assunto com um amigo, aluno de medicina, o mesmo disse o seguinte:

    “Estudos demonstram que, quando se estimula a atividade da telomerase e se inativa um gene supressor tumoral (o gene p16INK4a), produz-se imortalidade celular, o que constitui um passo importante para a formação de um tumor.sabe-se que a agressividade das células tumorais está relacionada com seus níveis de telomerase e que níveis altos desta enzima são indicativos da malignidade do tumor.”

    Existe veracidade nesta declaração?

  6. Finalmente alguém postou um conteúdo com informações relevantes e de fácil entendimento ao mesmo tempo. Parabéns!

  7. Muito de datica essa materia, parabens pela elaboração dr. Roberto, queria saber se tem algum produto que regenera os telomeros, ou atrasa o encurtamento deles !

    Obrigado

  8. PARABÉNS POR SEU ARTIGO TELÕMERO . APRENDI MUITO LENDO-O SOBRE O ENVELHECIMENTO E A TELOMERASE . SOU MÉDICO ORTOPEDISTA APOSENTADO, FUI PROF NA ESCOLA DE MEDICINA E CIRURGIA DO RIO DE JANEIRO ( UNI-RIO ) PARABÉNS MAIS UMA VEZ E CONTINUE A ESCREVER ARTIGOS SOBRE O TRATAMENTO DAS ” DOENÇAS DOS TELÕMEROS ” . GOSTEI DA METÁFORA NA DEFINIÇÃO DE TELÕMEROS COMPARADOS COM O CADAÇO DOS SAPATOS GOSTARIA DE RECEBER MAIS INFORMAÇÕES NO MEU E.MAIL

  9. Procurei pelo tema, porque li um artigo onde dizia que pessoas que ficam sentadas muito tempo tem os telómeros encurtados e o como consequência o envelhecimento precoce.
    Sou costureira e me Vi neste quadro.
    A algo que pode ser feito para amenizar este dano?
    Gostei muito de seu artigo.
    Gilza.

  10. Excelente Post sobre o assunto, primeira vez que ouvi falar foi em uma disciplina da minha graduação de Educação Física que tratava justamente sobre o tema “Envelhecimento e Telômeros”. E hoje achei esse ótimo artigo seu falando muito bem do tema, vou adicionar meu e-mail para receber atualizações, Parabéns!

  11. Excelente Dr. Sua publicação creio que Tenha sido uma das pioneiras no assunto,Muito Obrigado pelo esclarecimento SOU MAIS UM FÃ seu?

  12. Embora com algumas ressalvas, o artigo está convincente, e preciso torne-lo mais amplo e divulgativo. Eu gostaria de mais informações ao respeito

  13. Dr, Parabens pela matéria. Estou feliz que a ciencia esteja chegando perto da “fonte da juventude”, finalmente. Já faço suplementãção da testosterona 7%, gel e outros ( D3, Q10, omega 3 etc., ) mas quero perguntar, qual o melhor caminho para aumentar os Telômeros?
    Obrigado !!!

  14. Olá… gostaria de saber se cozinhar legumes e verduras folhosas em temperatura baixa (refogados) eles perdem os nutrientes?

  15. Ótimo artigo doutor, mas tenho algumas duvidas.
    Porque a telomerase só atua em celulas cancerigenas? E já li em alguns artigos sobre o limite de Hayflick, é possível que a célula tenha um limite de 50 divisões? Se sim, quantas vezes uma celula se divide diariamente?

  16. Com 72 anos só agora conheci os telômeros, graças ao seu artigo, pretendo me aprofundar pra me cuidar melhor, muito obrigado.

  17. Até agora, ninguém tinha sido capaz de observar diretamente alterações nas espécies reativas de oxigênio em um organismo vivo e menos ainda como eles se conectam com os processos das doenças,” afirmou o Dr. Tobias Dick, do renomado Centro de Pesquisas do Câncer da Alemanha (DKFZ).
    “Havia apenas alguns métodos indiretos ou muito pouco específicos de detectar quais processos oxidativos estão realmente acontecendo em um organismo,” desmistifica ele.
    Na verdade, praticamente todos esses estudos eram feitos em células, ou em amostras de tecidos, mas nunca em um animal vivo. Clique no link para saber mais …
    https://l.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fwww.diariodasaude.com.br%2Fnews.php%3Farticle%3Doxidantes-e-antioxidantes%26id%3D7234&h=ATOyxvvhCENkWgD2bUIIJG72_p_WhWJkOalsMGT-RXpZn_Ag826otM8UYuRyver5WFH5_HAo0GKgBwFp4jCykEYP66VJcsvUwqsUVIFsKQJI2jrdjrWGUi5P7_No_BDYIs3lZGTK9a4K4J16TKCt3JA-Lt7XG9wPQw2KJbN1JJEVtr__3GG1DqHU-IdHmxhsnLn08JRPta3XEGLwbF8kn8riBg50YQ5NN9HH24L3a_jg00Znj3LheSH1JHNXMKnQx-s3zbymK5n7vk-XmWpYhnTRtoDWyp6ecMN4Ndo6

  18. Até agora, ninguém tinha sido capaz de observar diretamente alterações nas espécies reativas de oxigênio em um organismo vivo e menos ainda como eles se conectam com os processos das doenças,” afirmou o Dr. Tobias Dick, do renomado Centro de Pesquisas do Câncer da Alemanha (DKFZ).
    “Havia apenas alguns métodos indiretos ou muito pouco específicos de detectar quais processos oxidativos estão realmente acontecendo em um organismo,” desmistifica ele.
    Na verdade, praticamente todos esses estudos eram feitos em células, ou em amostras de tecidos, mas nunca em um animal vivo. Clique no link para saber mais … https://l.facebook.com/l.php?u=http%3A%2F%2Fwww.diariodasaude.com.br%2Fnews.php%3Farticle%3Doxidantes-e-antioxidantes%26id%3D7234&h=ATOyxvvhCENkWgD2bUIIJG72_p_WhWJkOalsMGT-RXpZn_Ag826otM8UYuRyver5WFH5_HAo0GKgBwFp4jCykEYP66VJcsvUwqsUVIFsKQJI2jrdjrWGUi5P7_No_BDYIs3lZGTK9a4K4J16TKCt3JA-Lt7XG9wPQw2KJbN1JJEVtr__3GG1DqHU-IdHmxhsnLn08JRPta3XEGLwbF8kn8riBg50YQ5NN9HH24L3a_jg00Znj3LheSH1JHNXMKnQx-s3zbymK5n7vk-XmWpYhnTRtoDWyp6ecMN4Ndo6

  19. gostaria que o Dr. fizesse um estudo aprofundado do gene P21, assim como fez neste artigo. Parece-me que faltou comentar sobre o P21 neste artigo sobre telômeros e envelhecimento. O complemento sobre a gene P21 é muito importante irá enriquecer este artigo. (gostei muito deste artigo, muito esclarecedor ) Segue o link para começar a falar no P21: https://super.abril.com.br/blog/superblog/perca-um-gene-e-ganhe-o-poder-da-regeneracao/

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Dr. Roberto Franco do Amaral – Especialista em Medicina Laboratorial CRM 111310

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