Síndrome da Fadiga Crônica: sintomas, causas e nutrientes que devolvem sua energia

Se o seu cansaço vai além do normal, não melhora com descanso e ainda vem acompanhado de dores, sono ruim e dificuldade de concentração, atenção: pode ser Síndrome da Fadiga Crônica (SFC), também chamada de encefalomielite miálgica.

Essa condição foi reconhecida pelo CDC apenas em 1988 e hoje é classificada pela OMS como uma doença neurológica. Ela pode afetar qualquer pessoa, mas muitas vezes passa despercebida ou é confundida com estresse, depressão ou “preguiça”.


O que é Síndrome da Fadiga Crônica?

A SFC é marcada por uma fadiga intensa e debilitante por mais de 6 meses, que não melhora com repouso e piora após esforço físico ou mental.
Diferente do cansaço comum, ela compromete a qualidade de vida e pode limitar tarefas simples do dia a dia.


Principais sintomas:

Sintoma Descrição
Fadiga extrema Fraqueza intensa, dificuldade de manter-se em pé, tontura e desmaios.
Mal-estar pós-esforço Piora dos sintomas após atividades simples, durando 24 horas ou mais.
Dores Musculares, articulares, de garganta, dor de cabeça crônica.
Problemas cognitivos “Névoa mental”, dificuldade de concentração e memória.
Alterações do sono Insônia ou sono não reparador.
Sintomas sensoriais Sensibilidade à luz, sons, cheiros e até alimentos.
Sintomas digestivos Náuseas, distensão abdominal, síndrome do intestino irritável.
Humor e emoções Irritabilidade, ansiedade e depressão.

Causas que precisam ser investigadas antes do diagnóstico:

Antes de confirmar a SFC, é fundamental descartar outras causas comuns de fadiga:

  • Anemia (especialmente por falta de ferro)

  • Distúrbios hormonais (hipotiroidismo, menopausa, andropausa, insuficiência adrenal)

  • Distúrbios do sono (apneia, insônia crônica)

  • Doenças cardíacas, pulmonares ou renais

  • Deficiências nutricionais (B12, zinco, magnésio, vitamina D, proteínas)

  • Doenças autoimunes e infecciosas crônicas

  • Uso crônico de medicamentos que afetam energia (estatinas, anticoncepcionais)

  • Câncer em atividade ou recuperação de doenças graves


O papel das mitocôndrias na SFC:

As mitocôndrias são as “usinas de energia” das nossas células.
Na Síndrome da Fadiga Crônica, há indícios de que elas produzem menos energia e mais radicais livres, gerando inflamação e agravando os sintomas.

Apoiar a função mitocondrial e reduzir o estresse oxidativo é parte essencial do tratamento.


Nutrientes que podem ajudar na fadiga crônica:

Nutriente Função Fontes
Coenzima Q10 Produz energia nas células e protege contra radicais livres. Carnes, peixes, oleaginosas, suplementação.
D-Ribose Base para o ATP, recupera energia celular. Suplementação.
Glutationa Antioxidante e detox celular, protege as mitocôndrias. Vegetais crucíferos, ovos, castanha-do-Brasil, suplementação injetável ou sublingual.

Dica importante: na Clínica Franco do Amaral utilizamos protocolos personalizados com nutracêuticos injetáveis para acelerar a recuperação energética e melhorar a função mitocondrial.


Estratégias para apoiar suas mitocôndrias:

  • Evite comer muito antes de dormir

  • Inclua jejum intermitente ou restrição calórica supervisionada

  • Consuma antioxidantes naturais (vegetais coloridos, frutas vermelhas, chá verde)

  • Invista em um sono de qualidade (7 a 8 horas)

  • Pratique atividade física leve e adaptada — sem ultrapassar seus limites


Conclusão:

A Síndrome da Fadiga Crônica é real, séria e PODE ser  tratável.
Embora não exista cura definitiva, é possível controlar os sintomas, recuperar parte da energia e voltar a ter qualidade de vida com um plano individualizado.

Se você sente um cansaço que não passa, procure avaliação médica. Quanto antes investigar, mais cedo você poderá iniciar um tratamento que faça sentido para o seu corpo.

 


O PAPEL  DO CORTISOL NA SÍNDROMA DA FADIGA CRÔNICA:

Cansaço persistente ? Pode ser Síndrome da Fadiga Crônica com Cortisol Baixo ( Seria Fadiga Adrenal?)


Hormônios da Tireoide e Síndrome da Fadiga Crônica: a ligação oculta que pode afetar sua energia

A Síndrome da Fadiga Crônica (SFC) é uma condição complexa, de causa ainda desconhecida, mas que pode estar associada a níveis reduzidos de hormônios da tireoide, semelhantes ao que acontece no hipotireoidismo leve.

O que mostram as pesquisas:

Um estudo com 98 pacientes com SFC e 99 pessoas saudáveis identificou que quem tinha a síndrome apresentava:

  • Menores níveis de T3 livre, T4 total e T3 total

  • Maior prevalência da chamada “síndrome da T3 baixa” (16% dos pacientes vs. 7% dos controles)

  • Sinais de inflamação metabólica crônica de baixo grau
    Esses achados sugerem que a SFC pode se assemelhar a um estado hipometabólico, relacionado a disfunções hormonais e inflamatórias.

 Possíveis implicações:

Se novos estudos confirmarem, terapias como suplementação de T3 ou iodeto poderão ser exploradas como parte do tratamento.


Tratamentos e estratégias para SFC

 Abordagem principal:

  • Terapia cognitivo-comportamental e exercícios graduais adaptados à capacidade física do paciente são as abordagens mais recomendadas.

  • O acompanhamento deve ser integral e interdisciplinar, envolvendo médico, equipe de saúde e apoio familiar.

 Outras opções estudadas:

Alguns medicamentos e suplementos mostraram benefícios em estudos pequenos:

  • Selegilina e Fenelzina: melhoras em humor, energia e funcionalidade

  • Metilfenidato: redução da fadiga e melhora da concentração

  • Sulfato de magnésio: mais energia e menos dor

  • NADH: melhora dos sintomas de fadiga

Estratégias complementares:

  • Exercícios leves como yoga, caminhada e treino de força adaptado

  • Suplementos energéticos como ubiquinol e D-ribose

  • Alimentação rica em glutationa e minerais como selênio e enxofre

  • Jejum intermitente com última refeição 3 a 6 horas antes de dormir


PERGUNTAS E RESPOSTAS:

Quais os tipos de fadiga?
Temos a fadiga física (sensação de moleza), que está ligada a um dia exaustivo ou à prática de exercício intenso — o que é normal causar cansaço. O problema é quando a recuperação é muito lenta, levando mais de dois dias, por exemplo.

O que é fadiga muscular?
Acontece, na maioria das vezes, após exercícios físicos muito intensos, como corridas longas ou musculação com carga elevada, esteja a pessoa treinada ou não. Caso, mesmo com o treinamento, isso não melhore ou até piore, devem ser feitos exames para investigar doenças osteomusculares.

O que é fadiga mental?
É o cansaço ligado a um dia muito intenso de trabalho ou estudo. Porém, se a pessoa já começa o dia sentindo-se assim de forma repetitiva, é recomendada a avaliação médica.

O que é fadiga?
Fadiga é um termo usado para descrever cansaço. O problema é quando ela se torna contínua, sem causa aparente e por mais de quatro meses, sendo chamada de Síndrome da Fadiga Crônica, geralmente acompanhada de outros sintomas como dor no corpo e intolerância ao exercício.

O que é fadiga respiratória (falta de ar)?
É comum em iniciantes ou em praticantes de exercícios muito intensos. Se vier acompanhada de dor no peito, o exercício deve ser interrompido imediatamente e a pessoa deve procurar atendimento médico de emergência. Quando há aumento da frequência respiratória e cardíaca mesmo após esforços leves, como caminhar ou subir um pequeno lance de escadas, é indicado procurar um cardiologista.

O que é fadiga adrenal?
O termo “fadiga adrenal” não é reconhecido cientificamente, mas existe a fadiga crônica associada a baixos níveis de cortisol, observada em alguns estudos.

Qual o significado de fadiga?
Geralmente é usado como sinônimo de cansaço.

Qual o tratamento ideal?

O tratamento ideal envolve múltiplos aspectos: melhora do estilo de vida, prática de exercícios (mesmo que leves), redução de fatores estressantes, correção de deficiências hormonais e vitamínicas, além de tratamento psicológico e cuidado com a saúde emocional e espiritual.

Quais os tipos de fadiga?

Temos a fadiga física ( sensação de moleza) que está ligada à um dia exaustivo e alguma prática de exercício extenuante o que é normal causar um certo tipo de cansaço . O problema é quando a recuperação é muito lenta , mais que dois dia por exemplo .

 


Referências:

Hydrocortisone and chronic fatigue syndromShepherd, Charles

The Lancet, Volume 353, Issue 9164, 1619

Chronic fatigue syndrome and functional hypoadrenia–fighting vainly the old ennui.

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/9989708?dopt=Abstract

Disturbed Adrenal Function in Adolescents with Chronic Fatigue Syndrome.

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/15813608

Neuroendocrine perturbations in fibromyalgia and Chronic Fatigue Syndrome.

http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11084955

Low-dose hydrocortisone in chronic fatigue syndrome: a randomised crossover trial.

http://www.thelancet.com/journals/lancet/article/PIIS0140-6736(98)04074-4/abstract

Urinary free cortisol in chronic fatigue syndrome. 

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/11282703

Diurnal patterns of salivary cortisol and cortisone output in chronic fatigue syndrome.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Diurnal+patterns+of+salivary+cortisol+and+cortisone+output+in+chronic+fatigue+syndrome.

Salivary cortisol response to awakening in chronic fatigue syndrome

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/14754825

Fadiga Crônica: Diagnóstico e Tratamento

Lucy-Ann Behan, Grainne Kelleher, Mark J Hannon, Jennifer J Brady, Bairbre Rogers, William Tormey, D Smith, Christopher J Thompson, Malachi J McKenna, Amar Agha, Low-dose hydrocortisone replacement therapy is associated with improved bone remodelling balance in hypopituitary male patients, European Journal of Endocrinology, Volume 170, Issue 1, Jan 2014, Pages 141–150, https://doi.org/10.1530/EJE-13-0596

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Low-dose+hydrocortisone+replacement+therapy+is+associated+ with+improved+bone+remodelling+balance+in+hypopituitary+male+patients

Low-Dose Hydrocortisone for Treatment of Chronic Fatigue Syndrome A Randomized Controlled Trial

Behan LA, Kelleher G, Hannon MJ, Brady JJ, Rogers B, Tormey W, Smith D, Thompson CJ, McKenna MJ, Agha A. Low-dose hydrocortisone replacement therapy is associated with improved bone remodelling balance in hypopituitary male patients. Eur J Endocrinol. 2013 Nov 29;170(1):141-50. doi: 10.1530/EJE-13-0596. PMID: 24123094.

Nijhof SL, Rutten JM, Uiterwaal CS, Bleijenberg G, Kimpen JL, Putte EM. The role of hypocortisolism in chronic fatigue syndrome. Psychoneuroendocrinology. 2014 Apr;42:199-206. doi: 10.1016/j.psyneuen.2014.01.017. Epub 2014 Jan 30. PMID: 24636516.

Nenke MA, Haylock CL, Rankin W, Inder WJ, Gagliardi L, Eldridge C, Rolan P, Torpy DJ. Low-dose hydrocortisone replacement improves wellbeing and pain tolerance in chronic pain patients with opioid-induced hypocortisolemic responses. A pilot randomized, placebo-controlled trial. Psychoneuroendocrinology. 2015 Jun;56:157-67. doi: 10.1016/j.psyneuen.2015.03.015. Epub 2015 Mar 14. PMID: 25827960.

Low-dose hydrocortisone replacement improves wellbeing and pain tolerance in chronic pain patients with opioid-induced hypocortisolemic responses. A pilot randomized, placebo-controlled trial

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Low-dose+hydrocortisone+replacement+improves+wellbeing+ and+pain+tolerance+in+chronic+pain+patients+with+opioid-induced+hypocortisolemic+responses.+A+pilot+ randomized%2C+placebo-controlled+trial

Plasma leptin in chronic fatigue syndrome and a placebo-controlled study of the effects of low-dose hydrocortisone on leptin secretion.

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Plasma+leptin+in+chronic+fatigue+syndrome+and+a+placebo-controlled+study+of+the+effects+of+low-dose+hydrocortisone+on+leptin+secretion.

Contrasting neuroendocrine responses in depression and chronic fatigue syndrome. 

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/?term=Contrasting+neuroendocrine+responses+in+depression+ and+chronic+fatigue+syndrome.

Higher Prevalence of “Low T3 Syndrome” in Patients With Chronic Fatigue Syndrome: A Case–Control Study

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5869352/

Energy Boosting Strategies That May Help Chronic Fatigue Syndrome

 

 

 

Dr. Roberto Franco do Amaral – Especialista em Medicina Laboratorial CRM 111310

24 respostas

  1. Dr. vc escreve de maneira simples e fácil para um leigo entender. Muito esclarecedor, sua ajuda está sendo muito importante, embora não tenha sido diagnosticada com SFC tenho certeza que tenho, inclusive sou aposentada por invalidez. Foi bom falar sobre os ” bloqueios energéticos”, vindo de um médico não fica parecendo Terapêutica Holística na qual eu acredito. Grata pela generosidade.

  2. Excelente matéria. Não tenho SFC, porém meu namorado tem, e eu fico querendo aajudálo e nao sei como, daí resolvi pesquisar sobre o assunto e vi essa matéria que me ajudou muito e tenho certeza que deve ter ajudado a muitas outras pessoas.

  3. Fibromialgia e uma terrivel sindrome que causa muitas dores. Milhoes de pessoassofrem desse mal no mundo todo. As dores sao cronicas e causam sensibilidade aguda nos musculos, fadiga, disturbios do sono, confusao mental e depressao.

  4. Dr. Roberto parabéns pela iniciativa e generosidade fazer esse artigo, foi muito rico. Eu estou em tratamento para fibromialgia, mas tenho 80% dos sintomas de sfc. A fibromialgia é consequência da sfc??

  5. Boa tarde dr tive doença de Cushing operei a 4 anos atrás e digo bem. Mais sinto muito mal estar. Dor no corpo fraqueza muita dor de cabeça. Meu exame de cortisol pós dexa ta 0.62. E salivar 1.5. Gostaria de saber se então muito baixo. Ou se estão normais. Q não eh por isso q ando sentido tanta dor

  6. Boa noite doutor. Em 2014, depois de tomar fluxotina por mais de um ano eu fui acometido de um esquecimento sem precedentes. Pensei que estava sofrendo de Alzheimer, fiz ressonância, tomografia, procurei vários médicos sem contudo obter resposta de nada. Desesperado eu passei a tomar Piracetam vindo a sofrer logo depois de uma vertigem monstruosa. Nunca entendi direito o que aconteceu mais agora lendo seu artigo formulei uma teoria: como tomei durante muito tempo fluoxetina este fármaco (IRSS) deve ter diminuído drasticamente a acetilcolina do meu cérebro (visto que o mesmo é um acetilcolinesterase) gerando o esquecimento, como tomei Piracetam logo depois com meus níveis de Colina ja baixo isso deve ter levado as vertigens.
    Meu raciocínio esta correto doutor ?
    Ate hoje sofro de dificuldades para relembrar, contudo a vertigem cessou depois de alguns dias de ter parado com o Piracetam.
    Tem algum exame para saber qual seria minha taxa de Acetilcolina ?
    Grato.

  7. Boa noite, tenho pesquisado muito tentando entender o que acontece comigo. Já tem muitos anos que sinto muito cansaço , sonolência o tempo inteiro e pesquisando parece que aí da não consigo me enquadrar em nada, pois onde eu enconstar durmo, independentemente do local, da hora , do barulho… De dia e de noite, porém enquanto mais eu durmo mais me sinto exausta, lendo seu texto vi que tenho a maioria desses sintomas, tenho dores de cabeça quase todos os dias e sou dada como preguiçosa pelas pessoas isso me deixa péssima. A fraqueza no corpo permanece o dia inteiro mas de manhã e insuportável pra mim, não consigo manter minhas atividades bem ordem, minha casa, minha vida… porque simplesmente só penso em ficar deitada , não tenho dificuldade pra dormir a noite como foi dito no texto , mas tenho tonturas diariamente várias vezes ao dia, tenho 26 anos e desde a minha adolescência era assim, mas achei que depois que passasse esta fase da adolescência para a vida adulta iria melhorar, mas na verdade estou piorando cada dia mais. ..se puder me ajudar , por favor lhe agradeço imensamente !

  8. Obrigada pelas informações tão claras e valiosas, Dr. Roberto! Qual seria o tempo e frequência do jejum, por favor?

  9. Tenho Artrite Reumatoide e isso as vezes me traz fadiga, achei muito bom e texto e gostaria de receber mais informações a respeito.

  10. Tenho baixa libido , e tenho bronquite asmática e tomo as vezes prednisona e me levanda a libido nos dois primeiros dia isso tem alguma relação

  11. Nossa!fiquei mais calma porém bastante preocupada. Os níveis de cortisol estão muito baixo. Tido q vc falou encaixou comigo. Estou usando florinefe 0,5 .

    Tenho todos esses problemas.

  12. Estou com sindrome da fadiga cronica pós covid, fico o dia todo cansada, qualquer atividade me casa, não consigo andar mais nas ruas, tenho tarquicardia e as vezes a saturação cai.a fioterapia de deixa com dores musculares e camibras. Sinto meu corpo todo rigido e tenso. Braços e pernas cansadas.

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Dr. Roberto Franco do Amaral – Especialista em Medicina Laboratorial CRM 111310

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