Emagrecimento além da contagem de calorias.

 


 

Você tem uma alimentação saudável, limita suas porções e tenta restringir os alimentos inflamatórios ou não saudáveis, tanto quanto possível.

 Você se exercita várias vezes por semana, às vezes, mesmo duas vezes por dia, mas ainda assim, o seu peso só aumenta!

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Veja abaixo  os receptores que existem nas células de gordura que podem tanto favorecer estoque como  desfavorecer a queima

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RECEPTORES NAS CÉLULAS DE GORDURA

Se é realmente uma questão de “equilíbrio calórico”, então o que há de errado neste quadro?

Essa é uma pergunta que encontro regularmente na minha prática clínica.

Os pacientes vêm até mim frustrados por sua incapacidade de perder peso ou evitar ganhar, apesar dos melhores esforços. Eu me vejo igualmente frustrado porque a culpa, a auto-aversão e o estresse que vejo nesses pacientes só compõem o problema.

Mas, na maioria dos casos, o aumento de peso não é sobre autocontrole, nem o que eles fizeram ou não fizeram.

 Mas, tendo dedicado minha prática a encontrar as causas profundas das condições e doenças de meus pacientes e não apenas tratando os sintomas externos, aprendi que existem outros fatores físicos e emocionais que ajudam a determinar nossa massa corporal – para melhor ou para pior.

“Os desequilíbrios hormonais são uma das principais causas do aumento de peso”

Especificamente, as mulheres na menopausa e perimenopausa ou aquelas que tomam pílulas anticoncepcionais experimentam níveis de estrogênio excessivamente baixos, o que é uma das principais causas de aumento de peso.

1. O papel  do estrogênio.

Nossa compreensão dos papéis metabólicos dos esteroides sexuais nos homens tem evoluído substancialmente ao longo das últimas décadas. Atualmente um crescente número de evidências também suporta um papel crítico para os estrogênios na regulação do metabolismo nos homens além da  testosterona.

Dados recentes de estudos clínicos indicam que o estradiol pode ser um determinante mais forte no ganho de gordura nos homens do que a testosterona e mesmo a privação de estradiol a curto prazo contribui para a acumulação de massa gordurosa.

Estrogênio e obesidade na mulher.

Os hormônios gonadais controlam o consumo de alimentos e o peso corporal. Em animais fêmeas, os efeitos ativadores do estradiol influenciam de forma aguda e crônica a homeostase do peso corporal

Em ratos e camundongos, o estrogênio exerce um efeito inibitório tônico no tamanho da refeição e na ingestão diária de alimentos ao longo do ciclo ovariano

A remoção do estrogênio leva a mudanças no tamanho e duração da refeição, aumento da fome e obesidade.

O estrogênio tem efeitos semelhantes em humanos  diminui a ingestão diária de alimentos.  Além disso, reduções no estrogênio estão associadas a mudanças no peso corporal e na distribuição de gordura em humanos, o que é paralelo aos achados em animais

O estrogênio tem a capacidade de controlar o balanço energético, a ingestão de alimentos e a distribuição da gordura corporal, e isso pode ser mediado por sua interação com hormônios orexígenos ( aumentam o apetite  e anorexígenos ( diminuem o apetite) .

Estradiol, obesidade masculina e metabolismo: qual é a relação?

A deficiência de estradiol pode, de fato, predispor homens ao aumento da gordura corporal e à desregulação do metabolismo. Esse é um ponto bem estabelecido na literatura científica.

No entanto, existe um aparente paradoxo: homens obesos frequentemente apresentam níveis elevados de estrogênios, especialmente estrona e 17β-estradiol — um quadro conhecido como hiperestrogenemia (excesso de estrogênio no organismo masculino).

Além disso, acredita-se que essa exposição aumentada ao estradiol não apenas acompanhe, mas agrave a progressão da obesidade e das alterações metabólicas.


-Obesidade masculina e desequilíbrio hormonal

Embora não seja uma regra absoluta, a obesidade em homens costuma estar associada a:

  • Baixos níveis de andrógenos, como a testosterona

  • Níveis elevados de estrogênios circulantes, especialmente estrona e estradiol

Esse desequilíbrio hormonal contribui para maior acúmulo de gordura, resistência à insulina, redução de massa muscular e piora do perfil metabólico.

Os mecanismos exatos que explicam a coexistência de obesidade e hiperestrogenemia em homens ainda não estão totalmente esclarecidos. Entre as hipóteses, destacam-se:

  • Aumento da atividade da aromatase, enzima que converte testosterona em estradiol

  • Possíveis alterações genéticas no gene da aromatase, em casos mais raros


-Excesso relativo de estrogênio: um conceito importante

Nem todos os homens obesos apresentam níveis séricos de estrogênio claramente elevados nos exames.

Por isso, muitos especialistas defendem que a obesidade masculina represente um estado de excesso relativo de estrogênio, e não necessariamente um excesso absoluto.

Na prática, isso significa que:

  • O aumento da gordura corporal eleva a aromatização periférica da testosterona

  • Isso aumenta a sinalização central do estradiol no cérebro

  • Como consequência, ocorre DIMINUIÇÃO das gonadotrofinas (LH e FSH)

  • O resultado é um quadro de hipogonadismo hipogonadotrófico, ou seja, deficiência de testosterona de origem central (hipotálamo–hipófise)


Perda de peso normaliza o perfil hormonal

A boa notícia é que esse desequilíbrio hormonal é, em grande parte, reversível. Estudos mostram que a perda de peso leva a:

  • Aumento dos níveis séricos de testosterona

  • Recuperação da produção de gonadotrofinas

  • Redução dos níveis de estradiol

Essas mudanças melhoram não apenas o perfil hormonal, mas também a composição corporal, o metabolismo e a saúde cardiovascular.


O papel do estrogênio no cérebro e no controle do peso

Estudos experimentais em animais trouxeram descobertas importantes sobre o papel do estrogênio no controle do peso corporal. Pesquisadores demonstraram que os receptores de estrogênio no cérebro, especialmente no hipotálamo, funcionam como reguladores centrais:

  • Da ingestão alimentar

  • Do gasto energético

  • Da distribuição da gordura corporal

Esses achados ajudam a explicar, por exemplo, o aumento do apetite e do ganho de peso observado em mulheres após a menopausa, período marcado pela queda abrupta dos níveis de estrogênio.

Em uma série de estudos apresentados na 234ª Reunião Nacional da American Chemical Society, os pesquisadores mostraram que a destruição desses receptores no hipotálamo leva os animais a:

  • Comer mais

  • Gastar menos energia

  • Ganhar peso rapidamente

Esses receptores estão distribuídos em células de vários tecidos do corpo, reforçando o papel central do estrogênio na regulação metabólica — tanto em mulheres quanto em homens.

Em uma demonstração do papel do estrogênio no controle do peso corporal e da distribuição de gordura, essas fêmeas adultas de camundongos foram submetidas a uma cirurgia para induzir condições pós-menopausa. A menor recebeu suplementos de estrogênio após a cirurgia, enquanto a obesa não.

As descobertas mostram que os animais rapidamente desenvolveram uma tolerância à glicose e um ganho de peso considerável, mesmo quando sua ingestão calórica permaneceu a mesma.

2. A tireoide hipofuncionante  pode ser uma grande culpada.

O hormonio tiroidiano triiodotironina ( T3) tem ações ligadas a elevação do metabolismo e ativação da queima de gordura para geração de energia corpórea

As disfunções da tireoide podem afetar majoritariamente o metabolismo e, infelizmente, esse diagnóstico é perdido 40 por cento do tempo, porque os médicos tendem a confiar apenas em valores de laboratório que refletem normas para indivíduos mais velhos e mais doentes do que pessoas saudáveis ​​e jovens.

Usando intervalos de referência mais RÍGIDOS e precisos, tomando um questionário de sintomas de tireoide  ou tendo um teste simples para avaliar seus reflexos e metabolismo, as anormalidades da tireoide podem ser facilmente reveladas.

Seu médico pode resolver o problema prescrevendo uma pequena quantidade de hormônio da tireoide natural e suplementação de iodo SE NECESSÁRIO

Thyroid gland showing larynx and trachea

Qual a relação entre hormônios tireoidianos e metabolismo?

Os hormônios tireoidianos têm uma relação fundamental e abrangente com o metabolismo, atuando como reguladores principais da taxa metabólica e homeostase energética.

  1. Taxa Metabólica Basal: Os hormônios tireoidianos aumentam a taxa metabólica basal através do aumento da expressão gênica da Na+/K+ ATPase em diferentes tecidos, levando ao maior consumo de oxigênio, taxa respiratória e temperatura corporal [1]1[2]2.

  2. Metabolismo Lipídico:

    • Estimulam tanto a lipólise quanto a síntese lipídica, dependendo do estado metabólico [1]1
    • Aumentam a utilização de substratos lipídicos e mobilização de triglicerídeos do tecido adiposo
    • Reduzem os níveis de colesterol e aumentam a atividade da lipoproteína-lipase
  3. Metabolismo de Carboidratos: Estimulam o metabolismo de carboidratos, aumentando a reabsorção de glicose, gliconeogênese, síntese de glicogênio e oxidação da glicose, sem alterar os níveis de glicose sanguínea [2]2.

  4. Metabolismo Proteico: Promovem o anabolismo proteico em doses fisiológicas, mas podem induzir catabolismo proteico em doses elevadas [1]1[2]2.

Mecanismos de Ação

Os hormônios tireoidianos exercem seus efeitos através de mecanismos genômicos (receptores nucleares) e não-genômicos (ativação de proteínas quinases e canais iônicos)  Eles também têm impacto profundo nas mitocôndrias, estimulando a biogênese mitocondrial e aumentando a capacidade oxidativa celular

Evidências Quantitativas

Estudos mostram que pacientes com diabetes tipo 2 apresentam níveis alterados de T4 (4,49±1,02 µg/dl com insulina vs 7,90±0,29 µg/dl no grupo controle)  demonstrando a interação complexa entre hormônios tireoidianos e metabolismo da glicose.

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3. Resistência à insulina e Pré Diabetes

Indivíduos com alto nível de açúcar no sangue tornam -se resistentes à insulina e  o que dificulta a perda de peso.

A boa notícia é que seu médico pode testar isso e, se necessário, sugerir modificações dietéticas e / ou suplementos naturais. Essas terapias vão restaurar um saldo de açúcar saudável e pavimentar o caminho para a perda de peso.

A insulina elevada favorece enzimaticamente o estoque de energia em forma de gordura e desfavorece a queima em momentos em que não esteja se exercitando.

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4. O estresse é um fator importante no ganho de peso (não importa sua causa).

Sono  ruim , trabalho excessivo, pressão social  e ironicamente, o excesso de exercício e a restrição calorias colocam estresse adicional no corpo.

Meditação e exercícios de respiração (existem vários excelentes programas de áudio online) podem ser uma tremenda ajuda na gestão do estresse e, em última instância, evitando o ganho de peso.

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5. Intolerância alimentar, disbiose , Leakygut e alergias.

Alguns comuns incluem glúten, milho, soja, produtos lácteos e açúcar  podem causar uma reação inflamatória intestinal , alteração de da permeabilidade intestinal com consequente alteração de flora intestinal quadro conhecido como disbiose intestinal e LEAKY GUT  e consequente ganho de peso em certas pessoas. Lembre-se, não é apenas a quantidade de calorias que você consome, mas a qualidade.

Saiba mais acessando :

Disbiose intestinal: o que é e como ela afeta sua saúde.


Referências:

MIND BODY GREEN. Think Weight Loss Is About Calories? This Doctor Disagrees. Mindbodygreen, [s.l.], [s.d.]. Disponível em: https://www.mindbodygreen.com/articles/think-weight-loss-is-all-about-self-control-this-doctor-disagrees. Acesso em: 28 dez. 2025.

SCIENCE DAILY. Revealing Estrogen’s Secret Role in Obesity. ScienceDaily, [s.l.], 20 ago. 2007. Disponível em: https://www.sciencedaily.com/releases/2007/08/070820145348.htm. Acesso em: 28 dez. 2025.

MIND BODY GREEN. Why I Prescribe Bio-Identical Hormones. Mindbodygreen, [s.l.], [s.d.]. Disponível em: https://www.mindbodygreen.com/0-12067/why-i-prescribe-bio-identical-hormones.html. Acesso em: 28 dez. 2025.

MAYO CLINIC. Hypothyroidism (underactive thyroid): symptoms and causes. Rochester: Mayo Clinic, [s.d.]. Disponível em: http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/hypothyroidism/symptoms-causes/dxc-20155382. Acesso em: 28 dez. 2025.

SIMON, C.; RUBINOW, K. B. Estrogens and body weight regulation in men. In: SIMON, C. (org.). Estrogens in health and disease. Cham: Springer, 2018. cap. 14. Disponível em: https://link.springer.com/chapter/10.1007/978-3-319-70178-3_14. Acesso em: 28 dez. 202

Shahid et al. (2023)
Physiology, Thyroid Hormone. StatPearls Publishing.
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/n/statpearls/article-30145/

Dr. Roberto Franco do Amaral – Especialista em Medicina Laboratorial CRM 111310

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