Artigos recentes sobre Menopausa e Reposição Hormonal

MENOPAUSA

QUEM SÃO OS ESTROGÊNIOS?

Estradiol, estriol e estrona.


O QUE É MENOPAUSA?

A menopausa é um evento natural, que é confirmado quando uma mulher pára de menstruar por um período de doze meses seguidos. O funcionamento dos ovários é reduzido devido ao envelhecimento, o que resulta em níveis mais baixos de estrogênio e outros hormônios.

A menopausa é um marco na vida de uma mulher, marcando o fim permanente do período de fertilidade. Geralmente ocorre entre 45 a 50 anos e

Ela é confirmada atraves de sintomas como irregularidade menstrual, fogachos , alterações laboratoriais no sangue como elevação do FSH e diminuição do estradiol por exemplo


QUAL O MELHOR TRATAMENTO “NATURAL”  PARA A MENOPAUSA?

Vamos lá, primeiro que viver muito tempo na menopausa é uma exclusividade dos seres humanos que prolongaram o tempo de vida muito além do auge reprodutivo. Mesmo nós, há pouco tempo, não tínhamos uma expectativa de vida tão longa a ponto de deixar as mulheres tantos anos a mercê da menopausa e suas consequências.

Ou seja, viver por muito tempo é fruto da intervenção do homem que criou diversas formas de prolongar a vida com um simples antibiótico por exemplo … e isto como percebem, não é natural. .
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Segundo, usar amora, soja ou qualquer outro composto, dito natural, para enganar os sintomas da menopausa (e não tratar), está longe de ser natural por uma questão óbvia: os ovários nunca produziram amoras.

Assim, nada melhor que tratar a menopausa com substâncias que elas produziram por 40 anos em média e não produzem mais: seus próprios hormônios, no caso estradiol e progesterona, os quais além de tratar os incômodos fogachos podem prevenir doenças cardiovasculares, osteoporose, secura vaginal, Alzheimer, obesidade, depressão envelhecimento cutâneo e melhorar a qualidade de vida . I

nclusive, são eles que caracterizam o corpo feminino com as formas típicas da mulher. Longe de ser contra os compostos naturais os quais podem ser usados quando há contra indicações ao tratamento hormonal, o problema é que ainda  demonizam a reposição hormonal estigmatizando- a como não natural.
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O mais curioso é alguns profissionais receitarem pílulas ou injeções hormonais durante a vida inteira de uma mulher para os mais diversos fins como enxaqueca, TPM, evitar gravidez, acne, queda de cabelo e cólica e na hora que não produzem mais, contra indicam hormônios e indicam chá de amora.

QUAL A RELAÇÃO ENTRE REPOSIÇÃO HORMONAL  E MEMÓRIA , COMUNICAÇÃO E APRENDIZAGEM NA MENOPAUSA?

Os hormônios afetam praticamente tudo o que acontece no corpo da mulher, desde a função reprodutiva e a libido até o ganho de peso e o humor de forma geral. Um novo estudo randomizado controlado por placebo publicado em agosto deste ano no jornal Menopause mostra como, na dose e combinação certa, os hormônios estradiol e progesterona podem prevenir a deterioração da capacidade intelectual em mulheres na pós menopausa.

O estudo oferece resultados promissores, demonstrando que a combinação de estradiol transdérmico (aplicação pela pele) e progesterona oral (tomada pela boca) – forma de reposição que já indicamos há quase 10 anos – pode retardar o declínio cerebral.

A capacidade intelectual ou cognitiva envolve memória, capacidade de comunicação e de aprendizagem.


COMO A MENOPAUSA SEM  TRATAMENTO AFETA O RICO DE ALZHEIMER?

Segundo estudo publicado na PLoS One, as mudanças metabólicas que ocorrem no cérebro das mulheres na menopausa, aumentam chance de desenvolver Alzheimer ao longo do envelhecimento.

De acordo com a Associação Americana de Alzheimer, ser mulher é o segundo maior fator de risco para o surgimento da doença, perdendo apenas para a idade avançada.

A deficiência de estrogênio pode ser a principal causa da associação pois células cerebrais possuem receptores para este hormônio e a  deficiência deste hormônio aumentaria o declínio cognitivo e intelectual.

“Nossos resultados mostram que a perda de estrógeno na menopausa não apenas diminui a fertilidade como também reduz um elemento protetor do cérebro das mulheres, tornando-as mais vulneráveis ao envelhecimento cerebral e o Alzheimer” segundo o autor do estudo.


COMO A MENOPAUSA AFETA A MASSA MUSCULAR ?

De acordo com uma pesquisa publicada na revista Aging Cel, os estrogênios, hormônios produzidos pelos ovários, sendo o estradiol o mais importante, atuam como um regulador do metabolismo da energia muscular e da viabilidade das células musculares.

A menopausa leva à cessação da produção de estrogênios ovarianos aumentando a chance da já muito falada, perda de massa óssea (osteoporose) e segundo o estudo, da massa muscular também. .

Já tinha sido bem estabelecido que o esteróide sexual masculino, a testosterona, é um importante regulador da força e da massa muscular, mesmo em mulheres . Agora, foi mostrado que também o esteróide sexual feminino, o estradiol, tem um papel regulador importante na musculatura feminina
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Lembrando que com envelhecimento da população mais mulheres tendem a permanecer por mais anos na menopausa podendo trazer consequências ruins para a saúde, piorando a qualidade de vida, aumentando o grau de dependência e onerando os serviços de saúde em funções de quedas da própria altura, fraturas e tromboembolismo .

 

Se estamos revendo as condições de trabalho e de previdência em função do envelhecimento populacional, temos que rever também condutas médicas que favoreçam a manutenção da estrutura física e mental .

Referência: Estrogenic regulation of skeletal muscle proteome: a study of premenopausal women and postmenopausal MZ cotwins discordant for hormonal therapy. Aging Cell, 2017


TERAPIA HORMONAL NA MENOPAUSA,  DEMÊNCIA E ALZHEIMER

Recentemente, descobriu-se que a terapia de reposição hormonal pode trazer benefícios adicionais, os quais se referem a proteger as mulheres contra o declínio cognitivo associado ao envelhecimento.

No Brasil entretanto, há pouca investigação científica sobre cognição no climatério, apesar da grande frequência de queixas neuropsíquicas nessa fase da vida feminina.

Mas internacionalmente nas últimas décadas, aumentou muito o interesse de pesquisadores pelos efeitos dos esteroides sexuais sobre áreas cerebrais não relacionadas à reprodução, como sugere o grande número de publicações sobre o assunto.

Efeitos neurotróficos dos estrógenos em animais de experimentação foram demonstrados em vários estudos.

Com o aumento contínuo da longevidade da população mundial, homens e mulheres vivem uma parcela cada vez maior de suas vidas em estado de baixos níveis circulantes de hormônios sexuais, o que também estimula a investigação do seu papel na gênese ou na prevenção de quadros neurodegenerativos, como a doença de Alzheimer e a doença de Parkinson

Os resultados de grandes ensaios clínicos randomizados com mulheres na pós-menopausa fornecem um quadro mais consistente da terapia hormonal e da cognição.

A relação entre o uso de hormônios e o risco de Alzheimer foi abordada em um grande número de estudos observacionais e em um ensaio de prevenção primária.

Este corpo de pesquisa clínica levou a conclusões importantes sobre terapia hormonal e demência.

Meta-análises sugerem reduções de risco de cerca de um terço. O uso prolongado de hormônios nesses estudos está associado a maiores reduções de risco do que o uso em curto prazo.

O estrogênio tem sido considerado como um tratamento potencial para mulheres com demência devido à doença de Alzheimer.

Mas evidências de estudos clínicos sugerem que a terapia hormonal contendo estrogênio tem pouco efeito sobre a cognição durante a meia-idade, mas seu início imediato após a menopausa pode melhorar aspectos da memória.

Mas entre as mulheres mais velhas na pós-menopausa, fortes evidências de estudos clínicos demonstram que a reposição hormonal não melhora a cognição ou os sintomas de demência, nem diminui a progressão da doença.

ReferênciaCognitive changes after menopause: influence of estrogen , Cognitive function in menopausal women evaluated with the Mini-Mental State Examination and Word-List Memory Test.

 EM OUTRO ESTUDO: 

A terapia hormonal baseada em estrogênio na pós-menopausa com duração superior a dez anos foi associada à diminuição do risco de doença de Alzheimer em um grande estudo.

O estudo explorou a associação entre a terapia de reposição hormonal pós-menopausa, doença de Alzheimer, demência e cognição em dois estudos nacionais de caso-controle e dois estudos de coorte longitudinais.

O maior estudo compreendeu aproximadamente 230.000 mulheres finlandesas e o tempo de seguimento em diferentes estudos foi de até 20 anos.

Referência : Bushra Imtiaz, Marjo Tuppurainen, Toni Rikkonen, Miia Kivipelto, Hilkka Soininen, Heikki Kröger, Anna-Maija Tolppanen. Postmenopausal hormone therapy and Alzheimer disease. Neurology, 2017;

 

 


ANSIOSA E ESQUECIDA NA MENOPAUSA?  ESTROGÊNIO BAIXO PODE SER A RESPOSTA

A falta de estrogênio pode desempenhar um papel no desenvolvimento de problemas de ansiedade e memória, de acordo com um novo estudo com roedores.

Estrogênios  regulam o sistema reprodutivo feminino.

Quando a mulher se aproxima da menopausa, a diminuição da função ovariana – que resulta em baixos níveis de hormônios ovarianos – faz com que o suprimento de estrogênio no cérebro diminua.

Áreas do cérebro que estão envolvidas no humor, comportamento e cognição têm uma alta concentração de proteínas que se ligam ao estrogênio (receptores de estrogênio).

Os  resultados sugeriram que os desequilíbrios hormonais normais contribuem para alguns dos sintomas emocionais associados à menopausa, como ansiedade, bem como pequenos problemas de memória.

Referência : Anxious and forgetful after menopause? Low estrogen may be to blame: Rat study finds anxiety and memory problems increase as estrogen levels drop.”


QUAIS  AS CONTRA INDICAÇÕES PARA A REPOSIÇÃO HORMONAL?

– Câncer de mama tratado a menos de 5 anos
– Sangramento uterino de causa não diagnosticada.
– Doença hepática aguda e severa.
– Doença tromboembólica aguda ( infarto , Avc ou trombose na perna recente)
– Câncer hormônio dependente em atividade.

Pacientes que tiveram câncer de endométrio estágio 1 e foram histerectomizadas ( retiraram do útero) podem ser tratadas.


REPOSIÇÃO HORMONAL PODE PROTEGER O CORAÇÃO DA ATEROESCLEROSE

Mulheres usando terapia de reposição hormonal para aliviar os sintomas da menopausa enfrentaram um menor risco de morte e apresentaram níveis mais baixos de aterosclerose, ou acúmulo de placa nas artérias do coração, em comparação com as mulheres que não usam terapia hormonal, segundo um estudo de centro único agendado para apresentação na 66ª Sessão Científica Anual do American College of Cardiology.

Acredita-se que o estrogênio seja protetor da saúde do coração através de seus efeitos benéficos sobre o colesterol e porque aumenta a flexibilidade dos vasos sangüíneos e das artérias, permitindo que eles acomodem o fluxo sangüíneo.

Estudos mostram que mulheres na pré-menopausa, que produzem altos níveis de estrogênio, normalmente têm a saúde cardiovascular de homens 10 a 20 anos mais jovens, mas as taxas de doenças cardíacas aumentam dramaticamente após a menopausa, quando os níveis de estrogênio caem.

Ao substituir o estrogênio natural perdido durante a menopausa, a terapia de reposição hormonal pode ser uma forma de as mulheres recuperarem os benefícios cardiovasculares do estrogênio, disse Arnson

Referência: American College of Cardiology. “Hormone replacement therapy associated with lower early mortality.


ESTRADIOL BIOIDÊNTICO  E USADO PELA PELE NÃO AUMENTA CHANCE DE TROMBOSE ENQUANTO OS ORAIS SIM.

Segundo estudo publicado no Bristish Medical Journal, a maioria das preparações orais contendo estrogênios foi associada a maior risco de trombose venosa o que não aconteceu com a forma transdérmica durante a terapia de reposição hormonal na menopausa.

O estudo confirmou o esperado ( e o que já pregamos há anos) pois a primeira passagem hepática do estrogênio quando usado na forma oral, pode alterar fatores de coagulação aumentando a chance de trombos, como é visto com anticoncepcionais contendo este hormônio.

O artigo diz que as preparações transdérmicas são muito pouco utilizadas frentes a esmagadora prescrição das formas orais, o que ao meu ver justifica este temor de trombose por grande parte de profissionais.

Referência: Use of hormone replacement therapy and risk of venous thromboembolism: nested case-control studies

 


ESTRADIOL USADO PRECOCEMENTE PREVINE ATEROESCLEROSE SEGUNDO ESTUDO.

Novo estudo mostra que iniciar o tratamento cedo com estradiol ajuda a prevenir a aterosclerose nas mulheres após a menopausa.

Nesse estudo iniciar a terapia de reposição hormonal com estradiol dentro de 6 anos após o início da menopausa pode ajudar a impedir a aterosclerose, doença onde há o acúmulo de placa nas paredes das artérias.

No entanto, iniciar a terapia com estradiol dez anos após a menopausa não teve benefícios semelhantes, de acordo com uma pesquisa preliminar apresentada na Epidemiology and Prevention da American Heart Association 2020 – Sessões científicas de estilo de vida e saúde cardiometabólica 2020.

A terapia de reposição pós-menopausa está indicada para aliviar os sintomas da menopausa nas mulheres sintomáticas e com risco de osteoporose que não apresentam contraindicações para a terapia. 

Referência: Vascular Effects of Early versus Late Postmenopausal Treatment with Estradiol Howard N. Hodis, M.D.,


Dr. Roberto Franco do Amaral – Especialista em Medicina Laboratorial CRM 111310

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